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Luiz Bertazzo, egresso da Unespar, integra elenco de filme indicado ao Oscar

publicado: 30/01/2025 13h41, última modificação: 30/01/2025 13h41

Egressos da Universidade Estadual do Paraná (Unespar) continuam se destacando nas mais diversas áreas das artes.

O caso mais recente é do ex-aluno Luiz Bertazzo, que interpreta o Dr. Schneider no filme Ainda Estou Aqui, que recebeu três indicações ao Oscar 2025. Ele se formou em 2010 em Bacharelado em Artes Cênicas pelo campus de Curitiba II, antiga Faculdade de Artes do Paraná (FAP), da Universidade Estadual do Paraná (Unespar) e, desde a época e até atualmente integra a CiaSenhas de Teatro, que é um grupo de artistas e pesquisadores que desde 1999 desenvolve um trabalho de pesquisa e criação teatral.

O ator conta que na época da faculdade sempre foi bem engajado com o meio artístico. Envolvido com espetáculos e apresentações, acabou atrasando um pouco para terminar a faculdade, “porque os compromissos exigiam tempo disponível para ensaios e viagens,” diz. Em contrapartida, ele revela que, com tanta bagagem, teve um momento nessa trajetória que se articulou como ator criador, proponente de projetos e ideias.

Sobre a relação que manteve com a Unespar, Luiz conta que foi dentro da FAP que aprendeu a propor os projetos, “essa foi a grande diferença de ter feito Unespar, foi onde aprendi a propor e escrever os próprios projetos. Eu tava sempre propondo e foi a faculdade que me ensinou isso, a ser um artista-proponente. Isso fez uma grande diferença. Quando você começa a entrar no mercado de audiovisual ou mesmo de teatro, você não fica esperando convites. Os convites são bem-vindos, mas você segue trilhando nas alternativas de fazer a arte da maneira que acredita e na maneira como pode propor algo no mundo. E quando entra nesse meio como ator você de certa forma acaba sendo refém dos trabalhos que chegam até você, alguém te escolhe. Por isso, a faculdade foi um viés importante para mim,” pontua.

Além de ator, Luiz também é roteirista, e tem seu próprio filme chamado Alice Junior, um longa-metragem que foi para o Festival de Berlim.

O ator confessa que participar de um filme indicado ao Oscar em três categorias (Melhor Filme, Melhor Atriz e Melhor Filme Internacional), com a Fernanda Torres vencendo o Globo de Ouro, está sendo uma experiência incrível: “Para nós da equipe, é tudo muito gratificante, principalmente por ver o Brasil se empenhando nessa conquista junto, bonito ver isso, especialmente pelo tema que o filme retrata. Poder falar da ditadura, desse período, mostrar a história sob a luz dos fatos do que realmente aconteceu, sem manipulação.”

Luiz interpretou o personagem que representa a ditadura. “Me emociona a cena em que entro e sequestro Rubem Paiva, enquanto artista é muito importante estar numa obra que retrate esse momento histórico”.

Para Luiz, levar o tema para as pessoas, para os mais jovens principalmente que não tem noção do que aconteceu tem sido uma experiência incrível. Eu não nasci durante a ditadura, não vivi esse período, mas na juventude sabia o que tinha sido a ditadura, que foi abominável. E hoje quando se pede a volta da ditadura acho que mostrar o filme que toca o coração das pessoas, poder mostrar com tanta força, é revolucionário”, declara.

Planos para o futuro, o ator tem. Produções para estreiar e projetos em andamento, inclusive, conforme ele, para serem desenvolvidos em Curitiba com a diretora da CiaSenhas de Teatro, a atriz e autora Sueli Araújo, que teve grande influência na formação do ator, juntamente com a produtora e gestora cultural Márcia Moraes, ambas professoras do curso de Artes Cênicas da Unespar. “Para o futuro tenho planos sim, mas, no meio artístico, prefiro deixar o trabalho falar por mim do que anunciar antes da hora”.